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Mahmoud Al Shared - o namorado iraniano de Luíza Sampaio!
E se você estava achando que os recitais de piano mal tocados, era tudo o que Luiza Sampaio aprontaria em sua estadia por Araruama, enganou-se totalmente!
A produtora de arte, que mora em Paris, mas veio passar uma temporada no Brasil, tem aprontado poucas e ótimas, para deleite dos amigos, apreensão dos familiares e desespero dos vizinhos.
O motivo da estadia de Luíza Sampaio em Araruama ter sido prorrogada é assunto delicado, de foro íntimo: a separação litigiosa de seus pais, Arnaldo e Vera!
Dona Vera exige pelo menos U$$ 30 milhões pela partilha dos bens. Seu Arnaldo acha que essa conta não bate e, assim, coube a Luíza promover seus recitais de piano todas as quintas e sábados, regados a champanhe francês e muita, mas muita balbúrdia!
Outro dia mesmo, a festa no apartamento de Luíza virou caso de polícia!
Os vizinhos alegaram que são festas muito barulhentas, os convidados ficam bêbados, falam alto, discutem, cantarolam, atiram copos contra a parede, enfim, uma perturbação ao silêncio noturno de todos ao redor.
E Luíza não tem dado a menor pelota para essas reclamações todas.
Outro dia, ela enfrentou dona Clotilde no elevador social e a chamou de bruaca!
O porteiro caguetou para a síndica que Luíza recebeu o entregador de pizza enquanto fazia topless. Ela deu uma resposta à altura:
" - os peitos são meus e eu mostro pra quem eu bem entender! Menos pro Senhor, é claro, seu velho tarado"!
O namoro com o francês Jean Pierre Straus esfriou; não provoca mais nenhum calafrio em Luíza. Com isso, seus dias tem se arrastado entre o tédio, a monotonia da rotina e suas festas ruidosas, no entanto, até mesmo essas festas tão apreciadas outrora pelos convivas, já não rendem tanta euforia e nem tampouco tem despertado sensações proibidas a seus frequentadores.
Resumindo: Araruama tem sido uma pasmaceira só!
E Luíza não é do tipo que se contenta com coisinha pouca! Visto isso, resolveu que precisava passar uns dias na capital carioca.
E lá se foi!
Ligou pra meia dúzia de amigos, comunicou que daria uma festa na cobertura da família, em Ipanema, e que não aceitaria desculpas de nenhum tipo, caso algum dos seus seguidores não quisesse farrear.
Seu Arnaldo não usa mais a cobertura da Vieira Souto.
Desde que se separou de dona Vera, o patriarca dos Sampaio se mudou pruma mansão num condomínio de luxo na Barra da Tijuca e tem vivido uma constante lua de mel com Déborah, sua ninfeta siliconada, apelido este de autoria da impulsiva Luíza.
Enfim, trata-se duma relação familiar extremamente delicada.
Sexta passada, lá pelas tantas, Luíza estava completamente chapada de champanhe e de fumo artesanal, quando resolveu dar uns bordejos pelos barzinhos da Lapa.
Carol, Vítor, Marcelo e Diana, amigos de Luíza, estavam distraídos com a apresentação duma banda de Maracatu em pleno Arcos da Lapa, quando perceberam sua ausência. Ligaram no celular e nada. Procuraram à amiga e pelos arredores do Circo Voador e não obtiveram sucesso.
Só reencontraram-na lá pelas três e meia da manhã, completamente fora de si e enroscada num ‘rapaz exótico’; definiu Carol.
Luíza estava simplesmente nas nuvens! O motivo de toda essa alegria e frenesi; era um barbudo misterioso com quem passara a noite inteira trocando beijos molhados e ardentes: o iraniano Mahmoud Al Shared!
Detalhe: o cara não falava uma palavra em português, seu inglês era pífio e ambos se comunicavam basicamente num dialeto gestual.
Luiza estava eufórica com a sua prenda debaixo do braço, trôpega, vagando de um lado pro outro. Perguntada a respeito de como abordara Mahmoud Al Shared, respondeu debochada:
‘- o amor é uma língua universal’!
A relação progrediu rapidamente e os dois não se desgrudaram mais. Pareciam feitos sob medida! Tanto, que uma semana depois, Luíza telefonou para a família em Araruama, e avisou que retornaria em grande estilo e que todos se surpreenderiam com a tal da boa nova!
Dona Hercila Sampaio, avó de Luíza, é muito amiga de Clotilde, a vizinha do prédio de Araruama, certo? As duas passam os fins de semana, entocadas num cassino clandestino em Búzios, gastando rios de dinheiro na roleta.
Chocada com o novo namorado da neta, foi categórica ao recriminar com veemência a relação dos pombinhos:
" - isso é um descabimento, Luíza! Com tanto homem bom aqui na cidade, você vai se enrabichar justamente por um terrorista do Irã? Clotilde está apavorada, disse que sua frio, toda às vezes em que topa com Mahmoud no elevador ou pelos corredores"!
Luíza acendeu um cigarro, espocou um champanhe, encheu sua taça e com um sorriso discreto de canto de boca, bombardeou:
“ - eu acho uma ótima ideia, vó, que essa velha xexelenta tenha, de fato, muito medo do Mahmoud, sabe por quê? Se ela me irritar um milímetro que seja, eu não vou mexer um dedo sequer para impedir que o apartamento dela sofra algum tipo de 'acidente', se é que a Senhora me entende”!
Dona Hercila ficou a sós com Mahmoud na sala de estar, enquanto Vera se banhava. Aflita, roía as unhas e andava de um lado pro outro, enquanto o iraniano a ENCARAVA sem pestanejar.
Essa inquietude de dona Hercila serviu para que Mahmoud ficasse ainda mais focado em seus movimentos.
Os iranianos têm o hábito de analisar as expressões dos outros, que é pra se certificarem de que estão em segurança. E os estalos do salto agulha de dona Hercila contra o piso, deixaram Mahmoud levemente irritado. Mesmo sem uma comunicação compreensível, ele se levantou, caminhou em direção à janela e fez um gesto brusco, dando a entender que preferia dona Hercila sentada.
Desesperada, ela deixou escapar um berro: “- valha-me Nossa Senhora”!
Luíza apareceu com um cigarro entre os dedos, duas taças cheias na mão, beijou Mahmoud Al Shared com sofreguidão e ao reparar que dona Hercila estava esbugalhada de medo, atirada num canto qualquer, gargalhou e fez daquilo uma boa caçoada:
“- deixa de ser medrosa, vó, tome uma taça de champanhe com a gente, vai”?
Durante um jantar, Luíza deu uma piscadela de olho pra Diana, sinalizando que contaria algumas anedotas descontraídas sobre o andamento de seu namoro com Mahmoud.
E começou dizendo que o namorado era formidável na hora do sexo, provocando em dona Hercila, um ataque súbito de tosse!
Percebendo o desconforto da velha, dona Vera pediu que Luíza fosse menos explícita à mesa.
Safada, Diana provocou:
“ – como é mesmo o apelidinho íntimo do Mahmoud, amiga”?
E a resposta veio feito um corisco: “ – pista de aeroporto, queridinha”!
Aí foi dona Vera quem comeu mosca, quero dizer, não entendeu nada.
Então, com um gesto manual, Luiza exemplificou que se referia à extensão protuberante da ferramenta sexual do rapaz.
Dessa vez, foi dona Hercila quem deu uma gargalhada enquanto se abanava com o leque:
“ – agora tá explicado o motivo dessa paixão louca de minha neta por esse homem bomba, gente”!
As palavras ‘bomb’ e ‘danger’ foram repetidas várias vezes por Mahmoud durante as tentativas de comunicação à mesa.
Luíza Sampaio narrou cuidadosamente à série de atentados promovidos pelo seu amado, em solo iraniano, causando estupefação e revolta aos presentes.
Mahmoud Al Shared se tornou um dos terroristas mais temidos do Irã por causa de sua frieza e precisão infalível na hora de executar suas carnificinas coletivas.
Os negócios de família são a principal motivação para que os iranianos mandem pelos ares: as casas, palácios, tocas, cavernas, carros, iates; tudo isso, é claro, com seus inimigos lá dentro.
Luíza Sampaio parecia ainda mais divertida intermediando os relatos.
Dona Vera estava completamente ‘engessada’, tamanha era a sua incredulidade mediante as revelações bombásticas, literalmente.
E veio a pior parte: Mahmoud Al Shared está refugiado no Brasil, enquanto os seus familiares se exilaram na Suíça, porque a cerca de dois meses, eles executaram um ataque desastroso num vilarejo residencial em Abadan no Irã.
A emboscada foi planejada com o intuito de liquidar a família de um diplomata que pertencia a uma organização adversária. Foram espalhadas dinamites por todos os espaços. Na hora programada para a detonação, algo deu muito errado!
Um fio desencapado acelerou o processo do bombardeio e o vilarejo foi pelos ares bem antes do previsto. Morreram cerca de quinhentas pessoas, dentre elas, uma comitiva de freiras beneditinas que excursionavam pela região em missão de paz!
Dona Hercila estava uma fera. Levantou-se da mesa, ergueu o dedo indicador na direção do terrorista e disse uma série de palavrões horrorosos.
Por sua vez, Mahmoud revidou a gritaria.
Ambos berraram por cerca de meia hora, enquanto as outras pessoas ficaram encolhidas no canto da sala, completamente apavoradas!
Imagine a cena: um iraniano e uma brasileira trocando insultos em suas línguas nativas, sem que nem um, nem outro, compreendessem absolutamente uma palavra sequer do que diziam.
Luíza parecia não querer saber de mais nada!
Enquanto os dois se atacavam verbalmente, ela abriu outra garrafa de champanhe e ficou recostada a uma pilastra, sorvendo cada gotinha, apreciando a GRITARIA como se estivesse numa ópera.
Fiquei pensando com os meus botões.
Será que essa façanha sobre os bombardeios, narrada por Luíza Sampaio é, de fato, verídica ou ela inventou essa história toda pra se divertir e dar um bom susto em seus familiares, hein?
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