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Casamento sem barraco não tem a menor graça!!!!!!
No último final de semana, fui ao casamento de Lucas e Patrícia aqui na cidade.
Fui a contragosto, é bom frisar, porque não gosto de ir a casamentos!
Acho chato, cansativo, entediante a ponto de despertar bocejos!
Fui em consideração ao casal, afinal de contas, trata-se de amigos muito estimados. E isso, é claro, porque a noiva me intimou a comparecer sob ameaça de não engolir nenhum tipo de “imprevisto” de última hora. (caso eu inventasse um).
A igreja estava abarrotada de gente!
A cerimônia, pra variar, durou uma hora e meia!
O padre até que era bem apanhado, mas tinha um discurso enfadonho de irritar qualquer monge em começo de carreira.
Sabe quando a coisa em si não rende?
Fica aquele nhem, nhem, nhem, aquela enrolação?
Pois é!
O casamento não atava e nem desatava. Parecia uma égua de charrete quando empaca. Estávamos, inclusive, com medo de alguém se estabacar lá dentro por causa do calor.
O ar condicionado central da igreja não estava ATIVADO e os ventiladores (de teto e de parede) não davam vazão ao verdadeiro enxame de convidados.
Ouvi dona Esmeralda resmungar: “ – mas isso não vai acabar nunca, meu Senhor”?
Depois eu descobri que a velha estava apertada pra fazer xixi, mas não queria ir ao toillet, pra não perder o assento, coitada!
E gulosa que só, fazia questão de cochichar com a sobrinha que não via a hora de chegar à recepção, salientando que iria se fartar com os canapés e as demais iguarias servidas no banquete.
A parte mais irritante da cantilena que o padre promoveu se deu no momento em que ele resolveu falar sobre sexo. Pois é, o padre falou de sexo pelo menos umas trinta vezes durante a cerimônia.
Fazia questão de ressaltar que o casal não deveria fazer sexo com finalidade recreativa, mas sim, para se reproduzirem.
Não aguentei, me virei para Cris, sentada a meu lado e deixei escapar uma frase que soou mais alto que eu gostaria:
“- até parece que a Patrícia vai ficar no ‘papai e mamãe’! Ela morre de tesão nesse cara”!
As pessoas a nossa volta tossiram, algumas riram, porém, os mais velhos, olharam fuzilantes em nossa direção, certamente, reprovando o enredo do meu comentário.
Quer saber?
Foda-se!
Eu também iria fazer ‘miséria na cama’ caso estivesse no lugar de um deles!!
Hugo, o cunhado gaiato de Patrícia, aproveitou a oportunidade para fazer galhofa a respeito da citação do padre!
Ele ria e repetia:
“-meu irmão, depois de casado, só vai fazer sexo fantástico.
Uma vez por semana, no domingo à noite”!
As pessoas que ouviram essa gracinha, simplesmente caíram na gargalhada!
Os mais sisudos; como sempre, repeliram a piadinha cretina do cunhado Hugo.
Aliás, cunhado é o tipo de cara que sempre dá bafão nos lugares, já repararam?
Finalmente chegou o momento mais aguardado da noite. Aportamos no buffet!
O salão estava decorado ricamente! Tudo muito fino, chique e glamouroso!
Ouvi rumores que a recepção em si, custou cerca de R$ 750 mil.
Logo se via, porque estava a altura dum cenário de novela das oito! E da Globo; claro!
As mesas principais foram ocupadas rapidamente.
Havia um grupo de senhoras, visivelmente esfomeadas, que se abancaram próximas aos canapés e a todo instante faziam psiu para que os garçons as servissem um bocadinho mais.
Até compreendo, tadinhas, depois de várias horas amofinadas na igreja, precisavam “forrar o estômago”!
Eu fui pro setor das bebidas! Tomei whisky importado, caipsaquê de frutas vermelhas e champanhe francês!
Claudinha chegou atrasada e com o sapato quebrado numa das mãos.
Parece que na hora em que foi descer do carro, o pé ficou preso numa inclinação do meio fio e a coitada ficou descalça o resto da festa.
Outra oportunidade para se fazer piada de mau gosto.
É que Claudinha é prima em segundo grau da noiva, e de acordo com as más línguas, por ser a mais feiosa da família, estava encalhada.
É aquilo: toda noiva linda tem uma prima baranga; certo?
Certinho!
A orquestra tocava a valsa dos noivos quando os flashes desviaram as atenções dos casais que dançavam emocionados e pipocaram na direção da entrada principal do salão.
Tratava-se da chegada em tempestiva de Marina Sobervanut (ex namorada de Lucas, o noivo) que resolveu ir ao casamento, mesmo sem ser convidada, só pra fazer ‘climão’!
Pra variar, estava bêbada e com a maquiagem borrada. Pediu ao garçom uma garrafa de champanhe, ergueu um brinde aos noivos e sentada numa mesa do canto, deixou escapar uma torrente de lágrimas copiosas!
Todos estavam apreensivos com o que poderia acontecer de errado, evidentemente!
E não deu outra!
Cambaleante, Marina foi até o palco, bateu palmas pros músicos, pegou o microfone e pediu que tocassem a “dança da solidão” do Paulinho da Viola, pra que ela pudesse, então, fazer um streep tease!
E berrava ensandecida: “ - Senhoras e Senhores, eu vou ficar nua nesse lugar”!
Os convidados, em estado de choque, não sabiam aonde enfiavam as suas caras!
Os marmanjos, ligeiramente embriagados, gritavam: "- Tira! Tira! Tira"!
E como num passe de mágica, Marina rebolou até o chão e arrancou o vestido duma só vez, ficando apenas de fio dental e sutiã.
Dona Esmeralda desmaiou!
O maestro, rapidamente, puxou uma das toalhas da mesa e cobriu a nudez da penetra espevitada, levando-a em seguida, prum quartinho dos fundos, a fim de que ela se recompusesse.
A festa prosseguiu num clima de tensão, mesmo com a pista de dança abarrotada!
(o DJ tocou músicas dos anos 80)!
Chegou o momento de a noiva jogar o buquê! Os solteiros estavam a postos!
Um, dois, três e: mesmo com algumas pessoas caindo emboladas por cima das outras, quem alcançou o buquê, foi Claudinha (a prima feia e encalhada)!
Eu estava conversando com a Dani Barreto pelo telefone e vi quando Patrícia (a noiva) entrou no toillet para retocar a maquiagem e, logo em seguida, Marina, trôpega, zuniu atrás feito um foguete.
Pensei: - isso vai dar merda! Pedi outro drink e fiquei à espreita!
Mesmo com o barulho dos convidados no salão, não se pôde abafar a GRITARIA vinda do lavabo!
Marina atirou um vaso contra o espelho provocando um estrondo violento!
Vieram todos em socorro da noiva! Ela estava atracada com Marina, rolando pelo chão, desgrenhada e aos berros:
"- eu vou te matar, sua vadia"!
A festa prosseguiu até às cinco da manhã, no entanto, aqui na cidade, não se fala doutra coisa a não ser (a série de escândalos)!
Horas mais tarde, comentei com dona Júlia sobre os acontecimentos bafônicos da festa e ela me disse:
“- Ah meu querido, casamento sem barraco não tem a menor graça”!
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