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Henriqueta Fleibour sofre de amor e destrói apartamento em Araruama!
Quem aqui não sofreu de amor, por favor, levante a mão!
Pois é, como eu antevia; metade das pessoas que estão diante esse texto já sofreram ou conhecem alguém próximo, que, em dadas circunstâncias, penou maus bocados por causa de uma traição!
A socialite e produtora de moda, Henriqueta Fleibour,(30); principal herdeira dos Fleibour’s é a nova traída do pedaço.
Casada a menos de três anos, com o empresário Nando Simões,(32), a ricaça chegou duma viagem de trabalho às escuras e, percebendo o nervosismo da empregada, resolveu dar-lhe uma prensa para saber o quê, de fato, estava acontecendo em sua ausência.
Dénira não conseguiu segurar a língua!
Acabou revelando à patroa que o marido estava levando umas meninas pra dentro do apartamento e fazendo festinhas bastante barulhentas!
E que justamente no final da semana, partiu com duas moças prum passeio de lancha em Búzios!
Henriqueta ficou possessa, porém, engoliu o choro. Não somente o choro, Senhoras e Senhores, mas como também começou a beber whisky feito uma desesperada.
E pra quem disser que encher a cara numa hora dessas não resolve o problema, eu contradigo: quando ficamos bêbados, perdemos o senso de coerência e passamos a agir instintivamente e impulsivamente!
Eu compreendo Henriqueta totalmente!
Pense só no baque que a milionária sofreu ao descobrir que o marido Nando Simões, nas horas furtivas, buscava saciar seus prazeres sexuais mais sórdidos na companhia de mulheres avulsas.
Ela deu folga pra Dénira e decidiu destruir o apartamento por completo!
Não conseguiria viver sob as paredes de um lar conjugal devastado por uma traição imperdoável!
Pegou o canivete de caça do pai e destruiu uma tela de Jean Claude Monet avaliada em alguns milhões, que ficava pendurada na sala de estar, só porque a obra de arte havia sido presente de sua sogra.
Com as roupas de Nando, ela fez coisa bem pior: pegou todos os ternos de grife, camisas engomadas de alta costura e picotou tudo em tiras bem finas e compridas.
Depois, calmamente, colocou todos os retalhos dentro de uma mala e endereçou ao hotel onde o agora (ex marido) estava hospedado junto com o seguinte bilhete:
“ - Eu já sei de tudo! Dénira me contou sobre as suas festinhas barulhentas e suas amantes devassas! Não quero saber de mais nada! Adeus”!
Com o relógio de cuco, ela teve que pedir ajuda ao porteiro, Seu Alberto.
O trambolho era do séc .XVIII e pertenceu ao Conde de Versalhes.
Assim que seu Alberto apareceu, os dois levaram o relógio até a escadaria principal e ela simplesmente arremessou, provocando um estrondo tão violento que chamou atenção às vizinhas de porta.
Sob os olhares catatônicos, ela apenas sorriu e disse:
“ – isso é pra vocês verem o que acontece, quando deixam uma mulher fina, indignada”!
Os apetrechos de pesca artesanal e a roupa de mergulho submarino que eram do marido, ela foi até a esquina e presenteou um ilustre desconhecido!
Furiosa, Henriqueta prosseguiu jogando tudo o que havia pela frente no chão e, enquanto chorava, repetia:
“ – não toquem em nada, que é pra vocês não se cortarem com os cacos de vidro”!
Os castiçais que eram usados em jantares à luz de vela, ela os atirou contra os espelhos e aproveitou também para quebrar todos os lustres do apartamento!
Exausta, Henriqueta tomou uma garrafa de champanhe para recobrar o fôlego, e seguiu com uma marreta nas mãos até o lavabo.
Na primeira marretada, o blindex não resistiu a veio inteirinho a baixo.
As mesas de mármore só não ficaram destruídas, porque o famoso mármore de Carrara é praticamente indestrutível, no entanto, o porcelanato que revestia os espaços não teve a mesma sorte! Ficou tudo trincado e espatifado pelo meio do toillet!
Ao som de (Non! Je ne regrette rien - Edith Piaf), Henriqueta aos prantos, pegou um cutelo de carne e abriu talhos inconsertáveis nas poltronas da sala, em seguida, descosturou as nesgas das almofadas e esvaziou-as por completo, espalhando quase uma tonelada de penas de cisnes pelo ambiente.
Foi ao espaço gourmet, pegou todas as taças de cristal e - uma a uma, foi espatifando-as contra a parede, formando assim um amontoado de cacos, tal e qual a passagem dum tornado.
Quem passava pelos corredores do andar, ouvia o quebra-quebra dentro do apartamento e os soluços incontroláveis da dondoca sofrida!
Na manhã seguinte, quando a campainha tocou, Henriqueta abriu a porta com um largo sorriso no rosto. Era Heitor Assunção, seu arquiteto!
Sem dar margens aos comentários espantados de Heitor, a donzela foi enfática:
“ - Eu estava enjoada daquela decoração antiga!
Quero paredes em tons de negrito, rabiscadas com requinte e sobrepostas a um fundo totalmente degradê”!
Pegou a chave do carro, a bolsa e foi passar uns dias no apartamento da mãe em Ipanema.
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