sábado, 23 de fevereiro de 2013
domingo, 10 de fevereiro de 2013
Justiça determina destruição do matagal de dona Zuleika em Itaipava!
A campainha tocou na tarde de ontem na mansão de dona Zuleika Munhoz em Itaipava.
Era Albertino Queirós, oficial de justiça, levando consigo um mandado judicial que decretava: a plantação de maconha transgênica, cultivada ilegalmente em seu haras, deveria ser totalmente destruída nos próximos dias.
E Adriano, neto de dona Zuleika, continuava foragido da justiça por tamanha faceta aprontada.
O clima era de tristeza e consternação.
Dona Zuleika ficou chorosa após a intimação.
Ligou para sua velha amiga, tão querida, dona Júlia Cavalcanti.
Sim, senhoras e senhores: dona Zuleika e dona Júlia são mui amigas!
Há muito tempo, eu diria!
A protagonista do romance “ A Neta de Dona Júlia” não titubeou.
Pegou o helicóptero e foi até Itaipava visitar Zuleika em sua mais total solicitude e solidariedade pelo momento delicado em que a milionária atravessava.
Na verdade, dona Júlia vai à Itaipava quatro vezes por ano!
É que ela é paciente da Dra. Danielle Fraser, sua médica pessoal e amiga confidente.
Mas não era sempre que dona Zuleika recebia essa ilustre visita.
As duas se abraçaram, riram, contaram piadas, falaram dos problemas, choraram, jogaram buraco com seu Onofre, assistiram ao DVD da Amy Winehouse que o Adriano esquecera antes de fugir da cidade, enfim, a tarde estava deliciosa entre eles.
Eis que dona Júlia manifestou sua curiosidade:
“ – quero conhecer o matagal de cannabis, Zuleika”!
E lá foram elas, de foice nas mãos, entrando na mata fechada que os galhos de maconha propiciaram. Dona Júlia estava, de fato, bastante impressionada!
A plantação era linda! Resolveu que queria experimentar o tal chá fabuloso!
Beberam, beberam e se deliciaram! Ficaram completamente loucas!
Durante duas horas de conversa, tomaram o caldeirão de chá DELAS, solenemente. Dona Júlia estava tão desorientada que esqueceu que estava a bordo dum helicóptero e queria voltar pro Rio de Janeiro, montada elegantemente, numa carruagem imperial. Riram feito hienas sobre isso!
Dona Júlia descobriu o porquê da amizade tão íntima entre Adriano e Ludmila Cavalcanti. Netos, respectivamente de Zuleika e Júlia.
A verdade era que Ludmila estava fumando maconha artesanal cultivada no haras de sua grande amiga, por intermédio do neto da matriarca dos Munhoz!
Ambos davam festinhas badaladas em seus apartamentos (Ipanema e Leblon).
Outro dia, dona Júlia foi acordada às quatro da manhã, pelo delegado do batalhão de Copacabana, avisando que Ludmila estava detida para uma conversa, porque foi flagrada arrumando confusão numa boate em Ipanema, completamente bêbada e chapada de fumo artesanal.
Era isso, estava tudo esclarecido a respeito desse comportamento alucinado de sua neta. Ludmila não se abria. Quando indagada sobre qualquer coisa, respondia que não queria saber de mais nada e saía pra bater pernas e vadiar com os amigos pelas noites cariocas.
Não havia o que se dizer, então, dona Júlia resolveu fazer tal e qual a sua neta, quis fumar maconha do jeito convencional. Segundo ela, relembraria com isso, os seus tempos em que viveu como hippie numa aldeia aborígene no interior de Goiás.
Ninguém sabia disso até então.
Dona Júlia elaborou um enorme charuto. Pegou o isqueiro, acendeu o baseado e tragou intensamente. Tossiu duas vezes.
Passou o cigarro pra dona Zuleika e disse: “ – é bom, Zu”!
Ambas se refestelaram com o fumo. Ficaram ainda mais enlouquecidas. Riram tão alto que Abigail Novais acendeu a luz do terraço de sua casa, só pra ficar observando a farrinha na casa de Zuleika.
A hora de Abigail estava chegando, jurou indignada, Zuleika, enquanto dava outra baforada no charuto de cannabis.
Bateu a larica nas posudas senhoras de alta classe.
Foi um troço impressionante! As duas, simplesmente, ARRASARAM com tudo o que havia na despensa e na geladeira.
Dona Júlia, dona dum paladar sofisticado, deu preferência aos cookies belgas, ao chocolate suíço e, principalmente, aos frios importados.
Dona Zuleika devorou uma travessa de mini-quibes, coxinhas e enroladinhos de camarão.
Encerraram a noite, trôpegas, brindando com uma garrafa de champanhe francês.
Dona Júlia retornou ao Rio de Janeiro acreditando que o seu helicóptero, era na verdade, um disco voador supersônico e intergaláctico.
Virou a piada interna entre as duas loucas de pedra.
Dona Salete é quem mais tem sofrido com a notícia de que o matagal será incinerado; arrancado pela raiz. Ela pediu que dona Zuleika estocasse uma boa quantidade de ervas na despensa, que é pra depois que se suceder a desgraceira, elas ficarem abastecidas pelo menos por alguns meses, evitando assim, que se privem de apreciar o seus novos hábitos adquiridos!
No dia combinado para a incineração da maconha, isso seria feito na manhã de sexta, em dois tonéis de petróleo desativados, dona Zuleika abriu as janelas de seu quarto e ficou lá do alto, apreciando pela última vez, a paisagem verde propiciada pelo farto roçado cultivado indevidamente!
Entristecida, melancólica, arrasada totalmente, por tudo, principalmente, pelo fato de que o seu tão amado neto Adriano, provocara em sua família um dos maiores golpes possíveis, um escândalo que repercutiu até na imprensa.
A decepção pela conduta do neto foi tão grande, que dona Zuleika ficou deprimida.
Sofrida, ela não se conformava com a realidade! Adriano foi indiciado por cultivo ilegal de planta proibida, associação ao tráfico de entorpecentes, formação de quadrilha e manipulação terapêutica da erva cannabis.
E encontra-se foragido até hoje!
Ouviu-se rumores de que ele foi visto na Bolívia, mas ninguém quer saber de mais nada quando se toca no assunto!
A maconha cultivada no Haras de dona Zuleika era diferente das outras!
A planta foi manipulada em laboratório e, geneticamente modificada, seu efeito era potencializado cerca de 80 % a mais do que a convencional!
Isso explica o fato de que as senhoras ficam completamente fora si quando tomam o caldeirãozinho de chá DELAS.
E a rapaziada?
Nossa, eram festas encharcadas de churrasco, cerveja e fumaceira todo fim de semana! E a zoação era uníssona.
Mas agora, a realidade se mostrara bem mais dura e desoladora.
Seus nervos andavam em frangalhos, ultimamente.
A livrança dela, é que Seu Onofre; todas às tardes ia até o matagal e colhia uma farta seleta de folhas, troncos e botões da recriminada planta, para que assim, ela fizesse o seu caldeirãozinho de chá e ficasse um tanto mais tranquila e relaxada!
O problema era que dona Zuleika estava ficando cada vez mais desorientada.
As ‘ondas’ que o chá provoca, estavam muito mais acentuadas, fazendo com que a nobre senhora da alta sociedade ficasse totalmente enlouquecida e alucinada, vagando de um lado pro outro da mansão e que, a exemplo do neto, passou a promover churrascos durante a semana, com direito a muita picanha, peixe assado na brasa, caldeirada de camarão, drumet’s de frango, pernil suíno, carne de avestruz ao molho de manga com hortelã, enfim, a mesa estava sempre muito farta durante as comemorações de dona Zuleika e suas amigas.
A série de comilanças prosseguiu acontecendo semanalmente: as terças, quintas, sábados e domingos! O cardápio estava cada vez mais variado e sofisticado.
Tornou-se comum, durante os lanches vespertinos, ter caviar e escargot sendo degustados com limão e pão sírio!
Mirtes como sempre, muito calorenta, paranoica e boa de garfo. Comia feito uma leoa em tempos de amamentação.
Foi advertida por Tia Lourdes semana passada:
“ – olha Mirtes, você fecha essa boca! Tá comendo feito uma leitoa!
Você não tem carro, viaja sempre de van para os lugares, se controla, minha querida! Fica comendo feito bicho, depois fica atrapalhando as outras pessoas ”!
Tia Lourdes tem uma preocupação exagerada com dieta!
Ela faz ginástica todas às manhãs e faz um esforço danado para que as suas laricas sejam comedidas!
Nesse dia, ela finalizou a alfinetada em Mirtes com a seguinte conclusão:
“ – eu acho que gordo deveria pagar duas passagens”!
Mirtes ficou pálida com a sugestão de Tia Lourdes e num fio de voz, perguntou:
“ - tô gorda; é”?
Dona Salete estava visivelmente mais roliça! E isso se explica – ela é uma das mais esfomeadas do grupo. As laricas de dona Salete eram tão avassaladoras, que uma vez elas estavam num restaurante, completamente transtornadas (tomaram um caldeirão de chá da dita erva), e havia um grupo de empresários na mesa ao lado saboreando uma cascata de camarão e ela não conseguiu esperar.
Foi até a mesa onde os executivos estavam sentados e indagou:
- “Senhores, eu sou Salete Mercadante; estou morta de fome, e com uma boca tão seca, meu Deus como eu tô com uma boca seca”!?
Um distinto cavalheiro cedeu uma tulipa de chopp pra que dona Salete se refestelasse! Ela virou tudo num gole só, chegando a ficar com aquele bigodinho de espuma ao redor dos lábios.
Exclamou agradecida; um sonoro: “ – ahhhhh”!
E continuou a narrativa:
“ – eu e as minhas amigas ali, oh ( e apontou para as outras senhoras, que estavam tão chapadas, que por pouco não se meteram debaixo da mesa, fingindo não terem sido percebidas), tomamos um chazinho Xamânico duma erva proibida, os senhores compreendem? E estou enlouquecida de fome! Quero a sua cascata de camarões agora, peço outra pros senhores, mas pelo amor de Deus, saciem a fome duma pobre senhora”!
Bem, com um pedido desses, os senhores à mesa, ficaram super constrangidos e também bastante solidários pelo estado em que Salete se encontrava!
Ela não dizia coisa com coisa, zanzava catatônica pelo salão nobre do restaurante e em alguns momentos, cambaleava e caía na risada depois.
Eles cochicharam meia dúzia de palavras entre si e cederam:
“ – Sim, dona Salete Mercadante, a Senhora pode sim, levar a cascata de camarões, sem problemas! Bom apetite”!
Assim que Salete pegou as travessas de camarão, saiu serelepe em direção as amigas e berrou:
“- encham a BARRIGA, suas finas”!
Os empresários se entreolharam perplexos! Riram muito quando um deles deu o veredito: “- ela tá DOIDA”!
Os hippies e os artistas mambembes que estão instalados em Itaipava ficaram indóceis ao saberem sobre a queimada da plantação ilícita do haras de dona Zuleika.
Trataram de se certificarem a respeito de que horas seria a queimada, para que fossem; é claro, pra lá, fazerem os seus protestos e absorverem um pouco daquele defumador espesso!
Os circenses se encontraram num campinho de futebol, com um grupo de atores de teatro que estavam em cartaz em Itaipava, também com uns malabaristas de rua e outra meia dúzia de exotéricos e, se dirigiram afoitos e ansiosos, para o local onde as toneladas de maconha seriam incineradas.
Voltaram chapados, atordoados, vagando pelas ruas feito um bando de zumbis.
Riam, rolavam pelo chão, brincavam de pique a céu aberto, um alarido jocoso e ritmado! Teve um ator que era capoeirista e, do nada, o cara começou a tocar berimbau no meio da roda.
Nesse dia, as lanchonetes de Itaipava faturaram alto.
A pastelaria chinesa que fica no centro; teve o seu estoque de salgados e sanduíches esgotados em meia hora.
Os artistas estavam padecendo de uma larica homérica.
Foi de tudo: joelho (queijo e presunto), coxinhas, pastéis (de forno) de queijo com catupiry, folhados de peito de peru defumado, quibes, risole de camarão, bolinho de aipim com carne seca, pão de batata recheada com carne de hambúrguer e molho pomarola e várias garrafas de Coca Cola para refrescar a sede a ajudar a degustação da rapaziada esperta e, super descolada.
Caldo de cana também foi muito pedido à mesa.
Na saída, a rapaziada ainda arrematou pipocas diversas, como se estivessem refugiando-se do holocausto. Seu Marcelino ficou com os bolsos cheios de grana.
O carrinho esvaziou em uma hora. Foi de tudo: pipoca doce mergulhada na calda de chocolate, com bastante leite condensado escorrendo pela borda do saquinho, e a tradicional salgada, com bastante bacon, sazon de legumes e queijo parmesão ralado praqueles que apreciavam. (eu detesto queijo ralado)!
Chegou a hora do acerto de contas entre dona Zuleika Munhoz e Abigail Novais, a vizinha arqui-inimiga e fofoqueira.
Zuleika abriu o portão da casa de Abigail e foi entrando sem se anunciar.
Assustada com o barulho do portão batendo, Abigail se desesperou:
“ – você não pode invadir a minha casa, sua cretina”!
Zuleika estava em direção à cozinha, ávida pelo duelo:
“ – eu vou te dar, sua vadia, a coça que estás merecendo a uns quatro anos”!
Apavorada, Abigail Novais, encolhida próxima ao armário de louças, ainda tentou ameaçar a oponente:
“ – eu vou chamar a polícia, te acusando por invasão de domicílio”!
Zuleika debochou:
“ – não vai ser preciso, MEU AMOR,
eu não levarei mais que dez minutos aqui nesse pardieiro”!
E antes que Abigail pudesse piscar os olhos, sentiu a primeira bofetada lhe estalar o meio da cara! Cambaleante, deu de costas no armário, provocando um estrondo violento!
Várias taças, copos, xícaras e pires, despedaçaram-se!
Zuleika encurralou a rival e, golpeou seguidamente, outros sete bofetões!
Enquanto surrava Abigail, gritava:
“ – toma, sua vaca! Eu mato você, sua cachorra”!
Abigail estava sangrando no supercílio e no lábio inferior direito!
Gemia de dor e, aos gritos, suplicava para que não apanhasse mais.
Tentou um movimento brusco, e acertou um chute na barriga de Zuleika, que recuou meio metro, até ser empurrada novamente contra o móvel, causando outro quebra-quebra em sua coleção de cristais!
Dessa vez, Abigail Novais caiu. E foi chutada nas costelas, quatro vezes!
Dona Zuleika calçava um scarpin vermelho, e presumo; que os pontapés devem ter doído pra cacete!
Imobilizada pelas mãos, Abigail estava por baixo! Zuleika, ainda enfurecida, encerrou a surra esbofeteando a megera pelo menos outras cinco vezes!
Os gritos de Abigail eram abafados a cada novo tabefe! E ainda tinha os binóculos!
Zuleika perguntou: “ – e aqueles malditos binóculos, hein”?
Abigail apenas apontou o dedo na direção da mesa de jantar!
Zuleika foi até a área de serviços, pegou um martelo de pequeno porte e espatifou os binóculos em mil pedaços. E ironizou:
“ – agora que quero ver, sua vaca, se você vai ficar espionando os acontecimentos do meu haras”!
Serena, Zuleika se refez, e saiu da casa, deixando Abigail caída no chão e com a cara toda arrebentada de porrada.
Disse apenas: “ - au revoir”!
E seguiu caminhando solenemente em direção ao haras, como se não estivesse acontecido NADA.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Safári na África atiça o apetite dos leões!!!
Foi pensando na sensação de medo e grande expectativa que essa imagem causaria aos leitores, que a escritora Ana Beatriz de Vasconcelos Lacerda resolveu apostar as suas fichas e compartilha-la.
E falou comigo ao telefone dando muita risada, mas muita risada mesmo.
Claro, ela não estava enjaulada na expedição ilustrada lá pelos recantos da África do Sul.
Eu e Ana Bia temos algo em comum. A gente não curte safáris. Já chega o safári de pessoas pelo qual somos submetidos diariamente.
Deixem as girafas, os leões, tigres, macacos e outros bichanos em paz, né não?
Eu, hein!
As pessoas seguiam felizes contemplando os animais, a paisagem e tudo mais.
Batiam papo, reclamavam do calor sulafricano, exatamente como fazem os que excursionam, ou seja, “um bando de chatos admirando a vida selvagem e fazendo aquelas fotos toscas para mostrarem para suas vizinhas fofoqueiras”.
Foi o que disse a dona Elvira Lacerda, tia de Ana Bia aos risos comigo pelo skype.
E eu completei: “ – quer saber de uma coisa, dona Elvira?
Analisando essa imagem com mais afinco, concluo – torço pelos leões"!
Fico pensando no sabor desse petisco todo humano sendo destrinchado pelas mandíbulas dos esfaimados bissotes”.
O que aconteceu com o caminhão? Ah, sim, ele enguiçou mesmo. Acabou o óleo diesel, meia hora antes de o passeio ser concluído.
E bateu o desespero em todo mundo .
O guia ainda tentou usar o seu Nextel para fazer contato com a base. Inutilmente, é claro. Depois, as pessoas encurraladas na jaula do veículo tentaram usar os seus telefones móveis e para alegria dos leões, o sinal das operadoras era pífio.
Em suma, eles estavam incomunicáveis.
Como disse a tia Elvira: “- estavam fodidos e não pagos”!
Bem feito!
Reparem no rapaz ao centro da foto, agachado; o de boné preto!
Eu tenho a sensação de já ter encontrado com ele caminhando aqui pelo Parque Hotel. Ou seria correndo na orla da lagoa enquanto eu tomava vinho tinto no Marrocun, minha Nossa Senhora?
Enfim, nada disso importa!
O que importa é os leões estão doidinhos para encher a barriguinha DELES!
E se tudo deu certo no desfecho favorável aos bissotes, eles ainda palitaram os dentes com os ossos mais longos de suas presas-banquetes!
A tia Elvira, muito sapequinha, sugeriu que eu e Ana Beatriz, pensássemos em quem a gente gostaria de presentear com um passeio desse tipo lá pelas bandas da África.
Bom, eu tenho uma listinha bem recheada de “petiscos humanos” para mandar aos leões.
E vocês, leitores do Jornal O Cidadão?
Vocês gostariam de mandar alguém pra esse safári?
Pensem na vantagem: será uma passagem apenas, sem direito a hospedagem em hotéis caros; e claro, sem volta!
Bom apetite, leões!!
Pelo aniversário de Kaká Couto!!
O aniversário da Kaká Couto, é algo que me emociona completamente!
Eu fico lembrando de cada detalhe de nossa doce convivência! Desde aquele primeiro dia em que nos vimos, lá no Sana, na passagem de ano para 2010! Ali, foi o ponto de partida para uma amizade cada dia mais forte e sólida!
A consistência do nosso afeto, recíproco, é algo que se materializa em cada gesto, quando emanamos a melhor energia, um pro outro, não importando em que parte do planeta estejamos!
Foi assim na época de Paris! A gente matava a saudade em longas conversas pela internet e também pelo telefone, em algumas ótimas vezes!
Como esquecer Santa Teresa?
O nosso refúgio, nossa toca, nosso universo particular!
A comemoração na chácara, a gente super loucos, ouvindo a Kaka declamar Carlos Drummond de Andrade, trôpega, mas inundada de poesia é algo que me diverte! Arranca sorrisos gostosos toda vez que me lembro!
Nossas noites lá em casa, aquele casarão oco, que provocava ecos mediante o frescor de nossas conversas, madrugada a dentro!
O telefone que tocava as cinco da manhã, deixando a gente irritados!
Às vezes que ligamos pros outros, às seis da manhã, gritando:
- não, é coração?
Danielle Barreto, várias vezes, quis dar nas nossas caras por causa do barulheiro e da gritaria, enquanto ela pretendia tirar a sua sagrada SONECA!
As comilanças, os filmes assistidos, os debates promovidos e esmiuçados com afinco e delicadeza!
Os nossos passeios, nossos porres, nossos escândalos! Aprontamos bafões memoráveis!
Ai que finesse!
Quantas vezes perambulamos notívagos pelas desertas ruas de Santa Teresa, aquela hora, meu Deus?
E o aconchego que reunimos em cada vez que dormimos juntos, porém, antes, na penumbra, trocávamos valorosos dedos de prosa, até que o primeiro dormisse e viajasse pelo mundo de Morpheu!
Eu desejo pra essa moleca serelepe, tudo o que houver de melhor e mais bonito! As bençãos infinitas de Deus, no cotidiano de aventuras por onde caminhares!
E que a gente sempre se encontre, jamais se perca nos becos do mundão gigante que espreita lá fora!
O amor que eu sinto pela Kaka, é pedra que não gasta, é rio que não cansa e esbarra de correr, até chegar às franjas do mar!!!
Feliz Aniversário, bissota!
♥
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Mahmoud Al Shared - o namorado iraniano de Luíza Sampaio!
E se você estava achando que os recitais de piano mal tocados, era tudo o que Luiza Sampaio aprontaria em sua estadia por Araruama, enganou-se totalmente!
A produtora de arte, que mora em Paris, mas veio passar uma temporada no Brasil, tem aprontado poucas e ótimas, para deleite dos amigos, apreensão dos familiares e desespero dos vizinhos.
O motivo da estadia de Luíza Sampaio em Araruama ter sido prorrogada é assunto delicado, de foro íntimo: a separação litigiosa de seus pais, Arnaldo e Vera!
Dona Vera exige pelo menos U$$ 30 milhões pela partilha dos bens. Seu Arnaldo acha que essa conta não bate e, assim, coube a Luíza promover seus recitais de piano todas as quintas e sábados, regados a champanhe francês e muita, mas muita balbúrdia!
Outro dia mesmo, a festa no apartamento de Luíza virou caso de polícia!
Os vizinhos alegaram que são festas muito barulhentas, os convidados ficam bêbados, falam alto, discutem, cantarolam, atiram copos contra a parede, enfim, uma perturbação ao silêncio noturno de todos ao redor.
E Luíza não tem dado a menor pelota para essas reclamações todas.
Outro dia, ela enfrentou dona Clotilde no elevador social e a chamou de bruaca!
O porteiro caguetou para a síndica que Luíza recebeu o entregador de pizza enquanto fazia topless. Ela deu uma resposta à altura:
" - os peitos são meus e eu mostro pra quem eu bem entender! Menos pro Senhor, é claro, seu velho tarado"!
O namoro com o francês Jean Pierre Straus esfriou; não provoca mais nenhum calafrio em Luíza. Com isso, seus dias tem se arrastado entre o tédio, a monotonia da rotina e suas festas ruidosas, no entanto, até mesmo essas festas tão apreciadas outrora pelos convivas, já não rendem tanta euforia e nem tampouco tem despertado sensações proibidas a seus frequentadores.
Resumindo: Araruama tem sido uma pasmaceira só!
E Luíza não é do tipo que se contenta com coisinha pouca! Visto isso, resolveu que precisava passar uns dias na capital carioca.
E lá se foi!
Ligou pra meia dúzia de amigos, comunicou que daria uma festa na cobertura da família, em Ipanema, e que não aceitaria desculpas de nenhum tipo, caso algum dos seus seguidores não quisesse farrear.
Seu Arnaldo não usa mais a cobertura da Vieira Souto.
Desde que se separou de dona Vera, o patriarca dos Sampaio se mudou pruma mansão num condomínio de luxo na Barra da Tijuca e tem vivido uma constante lua de mel com Déborah, sua ninfeta siliconada, apelido este de autoria da impulsiva Luíza.
Enfim, trata-se duma relação familiar extremamente delicada.
Sexta passada, lá pelas tantas, Luíza estava completamente chapada de champanhe e de fumo artesanal, quando resolveu dar uns bordejos pelos barzinhos da Lapa.
Carol, Vítor, Marcelo e Diana, amigos de Luíza, estavam distraídos com a apresentação duma banda de Maracatu em pleno Arcos da Lapa, quando perceberam sua ausência. Ligaram no celular e nada. Procuraram à amiga e pelos arredores do Circo Voador e não obtiveram sucesso.
Só reencontraram-na lá pelas três e meia da manhã, completamente fora de si e enroscada num ‘rapaz exótico’; definiu Carol.
Luíza estava simplesmente nas nuvens! O motivo de toda essa alegria e frenesi; era um barbudo misterioso com quem passara a noite inteira trocando beijos molhados e ardentes: o iraniano Mahmoud Al Shared!
Detalhe: o cara não falava uma palavra em português, seu inglês era pífio e ambos se comunicavam basicamente num dialeto gestual.
Luiza estava eufórica com a sua prenda debaixo do braço, trôpega, vagando de um lado pro outro. Perguntada a respeito de como abordara Mahmoud Al Shared, respondeu debochada:
‘- o amor é uma língua universal’!
A relação progrediu rapidamente e os dois não se desgrudaram mais. Pareciam feitos sob medida! Tanto, que uma semana depois, Luíza telefonou para a família em Araruama, e avisou que retornaria em grande estilo e que todos se surpreenderiam com a tal da boa nova!
Dona Hercila Sampaio, avó de Luíza, é muito amiga de Clotilde, a vizinha do prédio de Araruama, certo? As duas passam os fins de semana, entocadas num cassino clandestino em Búzios, gastando rios de dinheiro na roleta.
Chocada com o novo namorado da neta, foi categórica ao recriminar com veemência a relação dos pombinhos:
" - isso é um descabimento, Luíza! Com tanto homem bom aqui na cidade, você vai se enrabichar justamente por um terrorista do Irã? Clotilde está apavorada, disse que sua frio, toda às vezes em que topa com Mahmoud no elevador ou pelos corredores"!
Luíza acendeu um cigarro, espocou um champanhe, encheu sua taça e com um sorriso discreto de canto de boca, bombardeou:
“ - eu acho uma ótima ideia, vó, que essa velha xexelenta tenha, de fato, muito medo do Mahmoud, sabe por quê? Se ela me irritar um milímetro que seja, eu não vou mexer um dedo sequer para impedir que o apartamento dela sofra algum tipo de 'acidente', se é que a Senhora me entende”!
Dona Hercila ficou a sós com Mahmoud na sala de estar, enquanto Vera se banhava. Aflita, roía as unhas e andava de um lado pro outro, enquanto o iraniano a ENCARAVA sem pestanejar.
Essa inquietude de dona Hercila serviu para que Mahmoud ficasse ainda mais focado em seus movimentos.
Os iranianos têm o hábito de analisar as expressões dos outros, que é pra se certificarem de que estão em segurança. E os estalos do salto agulha de dona Hercila contra o piso, deixaram Mahmoud levemente irritado. Mesmo sem uma comunicação compreensível, ele se levantou, caminhou em direção à janela e fez um gesto brusco, dando a entender que preferia dona Hercila sentada.
Desesperada, ela deixou escapar um berro: “- valha-me Nossa Senhora”!
Luíza apareceu com um cigarro entre os dedos, duas taças cheias na mão, beijou Mahmoud Al Shared com sofreguidão e ao reparar que dona Hercila estava esbugalhada de medo, atirada num canto qualquer, gargalhou e fez daquilo uma boa caçoada:
“- deixa de ser medrosa, vó, tome uma taça de champanhe com a gente, vai”?
Durante um jantar, Luíza deu uma piscadela de olho pra Diana, sinalizando que contaria algumas anedotas descontraídas sobre o andamento de seu namoro com Mahmoud.
E começou dizendo que o namorado era formidável na hora do sexo, provocando em dona Hercila, um ataque súbito de tosse!
Percebendo o desconforto da velha, dona Vera pediu que Luíza fosse menos explícita à mesa.
Safada, Diana provocou:
“ – como é mesmo o apelidinho íntimo do Mahmoud, amiga”?
E a resposta veio feito um corisco: “ – pista de aeroporto, queridinha”!
Aí foi dona Vera quem comeu mosca, quero dizer, não entendeu nada.
Então, com um gesto manual, Luiza exemplificou que se referia à extensão protuberante da ferramenta sexual do rapaz.
Dessa vez, foi dona Hercila quem deu uma gargalhada enquanto se abanava com o leque:
“ – agora tá explicado o motivo dessa paixão louca de minha neta por esse homem bomba, gente”!
As palavras ‘bomb’ e ‘danger’ foram repetidas várias vezes por Mahmoud durante as tentativas de comunicação à mesa.
Luíza Sampaio narrou cuidadosamente à série de atentados promovidos pelo seu amado, em solo iraniano, causando estupefação e revolta aos presentes.
Mahmoud Al Shared se tornou um dos terroristas mais temidos do Irã por causa de sua frieza e precisão infalível na hora de executar suas carnificinas coletivas.
Os negócios de família são a principal motivação para que os iranianos mandem pelos ares: as casas, palácios, tocas, cavernas, carros, iates; tudo isso, é claro, com seus inimigos lá dentro.
Luíza Sampaio parecia ainda mais divertida intermediando os relatos.
Dona Vera estava completamente ‘engessada’, tamanha era a sua incredulidade mediante as revelações bombásticas, literalmente.
E veio a pior parte: Mahmoud Al Shared está refugiado no Brasil, enquanto os seus familiares se exilaram na Suíça, porque a cerca de dois meses, eles executaram um ataque desastroso num vilarejo residencial em Abadan no Irã.
A emboscada foi planejada com o intuito de liquidar a família de um diplomata que pertencia a uma organização adversária. Foram espalhadas dinamites por todos os espaços. Na hora programada para a detonação, algo deu muito errado!
Um fio desencapado acelerou o processo do bombardeio e o vilarejo foi pelos ares bem antes do previsto. Morreram cerca de quinhentas pessoas, dentre elas, uma comitiva de freiras beneditinas que excursionavam pela região em missão de paz!
Dona Hercila estava uma fera. Levantou-se da mesa, ergueu o dedo indicador na direção do terrorista e disse uma série de palavrões horrorosos.
Por sua vez, Mahmoud revidou a gritaria.
Ambos berraram por cerca de meia hora, enquanto as outras pessoas ficaram encolhidas no canto da sala, completamente apavoradas!
Imagine a cena: um iraniano e uma brasileira trocando insultos em suas línguas nativas, sem que nem um, nem outro, compreendessem absolutamente uma palavra sequer do que diziam.
Luíza parecia não querer saber de mais nada!
Enquanto os dois se atacavam verbalmente, ela abriu outra garrafa de champanhe e ficou recostada a uma pilastra, sorvendo cada gotinha, apreciando a GRITARIA como se estivesse numa ópera.
Fiquei pensando com os meus botões.
Será que essa façanha sobre os bombardeios, narrada por Luíza Sampaio é, de fato, verídica ou ela inventou essa história toda pra se divertir e dar um bom susto em seus familiares, hein?
Dona Dedé tem cada uma!
Ontem, dia 25 de julho, foi comemorado o dia do escritor! Um dia para se fazer e receber homenagens.
E nesse clima literário, fui a Praia Seca bater um papo com uma figura sensacional chamada Deodete Fialho de Barros, moradora de Copacabana, mas que a vida toda teve casa aqui na cidade.
Dona Dedé simplesmente ama Araruama!
A entrevista estava agendada pra sábado, mas ela me ligou desmarcando porque ia jogar tranca com umas amigas, beber caipirinhas e comer sardinhas na brasa e, por isso, não seria possível conversar direito comigo, a não ser, é claro, ela fez questão de ressaltar, que eu fosse bom de tranca e tivesse disposição pra jogar “a vera”!
Ela aposta a dinheiro e sempre ganha!
Fiquei sabendo que as amigas voltaram pra casa, lisas, no sábado.
Dona Dedé ganhou uns R$ 5 mil.
Dona Deodete chegou bem disposta e já foi logo me dizendo:
"- tenho 80 anos, meu filho! Não tem nada que você ainda não imagine que eu não tenha feito! Eu nasci em 15 de maio de 1932, faz as contas"?
Pediu pra ser chamada apenas de dona Dedé. Deodete seria formal demais pruma conversa as 11 da manhã. Então, eu pedi que ela me chamasse apenas por Will e selamos assim, uma bonita amizade!
E foi logo indagando:" - quer tomar alguma coisa, menino"?
Eu pedi água de coco. E veio a réplica:
"- nossa, água de coco é bebida de donzela! Vai ficar apenas nisso? Eu sempre soube que os escritores eram boêmios"!
Argumentei que era muito cedo e que estava ali a trabalho, mas ela me pediu que ficasse bem a vontade. Então, pedi whisky.
E ouvi de dona Dedé:
" - Nice, minha filha, traz aquela garrafa de whisky e deixa aqui na mesa pro Sr. Will. Não quero saber de ninguém conversando comigo de “bico seco”!
Falamos primeiro de Jorge Amado. Dona Dedé conheceu Jorge e Zélia Gattai.
Sim, por anos a fio, dona Dedé ia pra Bahia a cada seis meses. Ela frequentava o terreiro de Mãe Menininha do Gantois.
Foi lá que conheceu muita gente famosa e "cheia dos requintes"; como fez questão de destacar.
Sobre Jorge Amado e Zélia, me disse que eles eram amáveis e apaixonados pela vida. O assunto se deu por causa da releitura de “Gabriela” para a tv.
Dona Dedé estava furiosa com a cena em que a mocinha era desprezada por todos, depois de ter cedido os prazeres da carne antes do casamento ao noivo sacripanta.
Deixei escapar que não dou importância a esse culto todo em torno da virgindade. E ouvi dela, com voz mansa a seguinte explicação:
"Sr. Will, no meu tempo, não tinha esse negócio de 'dar'. Se perdesse a virgindade desse modo dava até morte. As mocinhas ficavam todas desonradas! Eu casei moça! E não casasse pra ver, se Papai não me matava? Eu lembro que uma vez, eu mostrei o joelho pra Oswaldo, faltava seis meses pra gente se casar. Papai me deu uma sova de cacete que por pouco não morri. Depois disso, ainda fui posta numa banheira cheia de água salgada"!
Eu estava consternado, olhando fixo pra ela. Podia ver o brilho das lembranças iluminando aquele rosto.
E ela tratou de disfarçar:
"- e esse copo vazio? Trate de botar whisky aí, seu moço"!
Dona Dedé disse que eu parecia com João Marcelo, um 'don Juan' que ela conheceu no final dos anos 40.
" - coincidência"! (eu gritei)
"Esse é justamente o nome do meu alter ego"!
Bebemos juntos um cowboy duplo pra comemorar essa entusiástica passagem de nossa prosa.
Rimos muito.
Dona Dedé me disse que admira muito as pessoas que sabem usar de bom grado a imaginação. Falou ainda que não tem medo de nada, nem de morrer. Disse que já viu e viveu tudo. E que se sente saciada pelas alegrias e resignada pelas dores de outrora, mas que é uma sobrevivente.
Hoje em dia, não abre mão duma boa jogatina. Se pudesse, cochichou em meu ouvido, ia morar num navio cassino de luxo.
O tempo passou depressa! Era quatro da tarde e eu tinha que vir embora.
Eu não sabia mais em que botão apertava pra desligar o lap top!
A garrafa de whisky estava mais seca que a paisagem desértica do Atacama, no Chile.
(Sic)!
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