quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Será que foi isso mesmo?
Numa badalada adega aqui da cidade, sexta feira passada, realmente a noite estava gelada como condiz à ocasião.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
A Serelepe da Pontinha!
Pegando carona no grande sucesso da série “As Brasileiras”, contarei a história engraçada e curiosa da estudante de publicidade, Luma Patrícia, 20 anos, moradora da Barra da Tijuca, mas que tem casa na Pontinha – Araruama.
O pai dela, Seu Antônio, é morador do bairro e ama o espelho d’água que é a nossa lagoa. Mas aqui o assunto não é a poesia que Araruama é capaz de inspirar.
Não, não, não!
O assunto aqui, minha gente, são as serelepices aprontadas por essa carioca danadinha!
Seu Antônio tem um viveiro em casa. E cria duas calopsitas, uma maritaca e um curió. O viveiro fica do lado externo da casa, porém, a gaiola do curió, ele faz questão de manter na sala de estar, porque segundo seus argumentos; é uma delícia, um privilégio, poder acordar todos os dias as 4:30 da matina, sob o som melodioso do seu lindo passarinho!
Luma Patrícia detesta tudo isso. Ela é como eu! E pessoas como a gente, gostam mesmo é duma boa vadiagem ao luar, de tomar uns drink’s até quando o sol está prestes a raiar.
Acordar cedo? Só em último caso! E não nos peçam pra sorrir com graciosidade as 8 da manhã, hein! Deus ajuda a Ana Maria Braga, que cedo madruga, e por isso, ganha 1 milhão por mês!
Sexta feira passada, Luma Patrícia dormia tranquilamente quando foi interrompida, perto das 5 da manhã, pela cantoria do curió. E levantou, puta da vida, jurando em silêncio, uma doce travessura.
Na noite seguinte, bebia caip vodka Absolut de morangos na companhia dos seus amigos: Diogo, Laura e Antenor.
Era quase meia noite, quando uma ideia iluminou o seu rosto.
E sob o olhar preocupado dos amigos, ela foi até a cozinha, buscou um conta gotas, mergulhou na garrafa de vodka, depois foi até a gaiola, pegou o curió e pingou 8 gotinhas no biquinho DELE!
Isso mesmo! Luma Patrícia resolveu dar um “fogo” no passarinho!
Passaram 5 minutos e a onda da vodka bateu. O danado do curió rachou o biquinho e desatou numa cantoria de dar inveja ao Pavarotti.
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Seu Antônio não entendia nada! Vinha até a beira da gaiola e ficava observando o bissote cantar e pular numa perninha só, como se não estivesse acontecendo COISA NENHUMA!
Na sala de estar, Luma Patrícia soltava um risinho diabólico, sabe? Aquela risadinha maldita, de canto de boca, de quem aprontou uma doce travessura?
E completou cinicamente:
“ – Pai, que beleza de curió que canta dobrado é esse”?
sábado, 24 de novembro de 2012
Música sofisticada em Araruama! (relatos de um piano)!
" - Quem aqui aprecia o som de um piano de cauda bem tocado aí, levanta a mão"?
Fiz essa pergunta a uma pequena plateia reunida na sala de estar do apartamento de Luiza Sampaio e, pasmem, não obtive resposta alguma. Todos estavam com aquelas caras embevecidas, olhando pro piano, como se ele fosse uma aparição de alto luxo, garbo e finesse! Mas esse piano, especialmente, era tudo isso junto e, mais um bocado e tanto!
Vou contar essa história, direitinho, pra vocês, queridos!!!!
Luiza Sampaio tem apenas 28 anos e faz uns sete que nos conhecemos!
Desde o nosso primeiro contato, foi amor à primeira vista!
Ela é produtora de arte e, nos conhecemos durante uma exposição no CCBB do Rio. Nos últimos cinco anos; nos correspondemos por e-mail e por telefone, porque ela foi morar em Paris e; em relação ao Brasil, ela meio que não queria saber de mais nada, salvo é claro, poucas e boas exceções.
Acontece que Luiza está de volta a sua pátria; meus queridos!
Veio a contragosto!
Faz questão de ressaltar isso a cada brinde que ergue juntamente aos amigos!
Na verdade, veio por questões familiares e financeiras!
Seus pais são milionários e, estão se separando!
Parece que o Seu Arnaldo trocou Dona Vera Sampaio por uma ninfeta siliconada de 24 anos, porém, isso é assunto proibido aqui em Araruama.
Mas e a história do piano?
Pois é!
O tal piano veio da Europa de navio até o Porto do Rio de Janeiro e, de caminhão, até o seu destino final: Araruama!
Foi presente dum namoradinho francês que Luíza jura ser completamente apaixonada: Jean Pierre Strauss!
Quem passava pela orla do centro, na tarde da última quarta feira, testemunhou aquele rebuliço!
O apartamento de Luíza; fica no prédio azulejado, cor de chumbo, que dá de frente pra Lagoa de Araruama.
E o piano teve que entrar pela janela da frente, com direito a guindaste e tudo!
Sim, tudo isso se deu pelo fato de que o piano de cauda é um trambolho imenso e, não teria a menor possibilidade de passar pelo elevador!
Isso sem contar, é claro, que as poltronas foram removidas simultaneamente (também pela janela)!
Fui à primeira audição do instrumento.
E durante a afinação, pude constatar a imponência e o fascínio absolutos que o piano exercia sobre o ambiente!
Luíza me recebeu com uma garrafa de champanhe Veuve Clicquot nas mãos.
Estava meio chapada e dispensou o protocolo: nada de taças!
O champanhe era degustado no gargalo mesmo!
Brindamos!
Enquanto conversávamos amenidades, saboreávamos o precioso líquido borbulhante, que descia por nossas goelas, como se o mundo lá fora não existisse!
Devo confessar: eu amo champanhe! E amo a Luíza Sampaio!
Mas quer saber a verdade?
Luíza toca piano mal pra cacete! Os ensaios foram terríveis!
“ - A vida dos vizinhos nunca mais será a mesma”!
(eu zombava enquanto abria outra garrafa)!
Chegou o grande dia! O recital aconteceu anteontem!
Luíza estreou oficialmente o piano para cerca de 12 pessoas!
Quando entrei no elevador, dona Matilde, enfezada, me disse:
“- é hoje que ninguém dorme nesse prédio”!
Dei de ombros e retruquei:
"- a Senhora desce em qual andar mesmo"?
Era quase dez da noite, estávamos semi bêbados e às gargalhadas.
Luíza sentou-se ao piano!
A música escolhida para a estreia foi (escândalo – do Caetano Veloso).
Na primeira nota, era possível perceber que uma desgraça sonora era tudo o que teríamos.
No trecho da música em que diz:
“- eu marquei demais, to sabendo! Aprontei demais, só vendo! Mas agora faz um frio aqui”, (...)
ela deixou as mãos derraparem em cima das teclas, provocando aquele estrondo desafinado e; caiu na gargalhada.
O motivo?
Bem, ela se lembrou que aquele trecho da música fazia menção a temperatura dentro do apartamento.
O ar condicionado central estava ativado e, enquanto lá fora, os termômetros marcavam 25,8 graus; no espaço onde estávamos; a temperatura era de 9 graus!
No dia seguinte, perguntaram a Luíza, qual a razão dela ter um piano de cauda tão caro em casa, uma vez que ela não pretendia sequer, aprender a tocá-lo como se deve?
A resposta veio imediatamente:
“- o piano na minha sala servirá de apoio aos copos de whisky dos meus convidados”!
Em tempo: só existem dois pianos iguais a esse no Brasil.
O outro, encontra-se na sala de estar de dona Júlia!
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
O sumiço de Boneca!
Essa semana o meu texto é voltado à prestação de serviço a uma família, e por que não?
A todos nós que amamos os bichinhos de estimação!
Tudo aconteceu na última quinta, de manhã, quando Flávia Picolli abriu a garagem de sua casa na Pontinha pra levar a filha Gabriela pro cursinho de inglês. A gata estimação da família, que atende pelo nome de Boneca, aproveitou a oportunidade e fugiu.
Seu Alberto, o jardineiro da casa ao lado, ainda tentou alertar Flávia sobre a fuga da bissota, mas como a publicitária arrancou com o carro a toda, o coitado do velho ficou acenando em vão.
Uma senhora que fazia exercícios foi a primeira a se preocupar:
“ – Oi Seu Alberto, por que o senhor está gritando desse jeito”?
E ouviu; quase como um lamento, a seguinte afirmação:
“ – foi a gata da menina Gabriela, que acabou de 'dar nos cascos'!
Dona Flávia vive de mau humor, saiu dirigindo feito uma doida e agora, bem, eu não quero nem pensar no desespero dessa menina”!
Realmente, Seu Alberto , tinha razão para se preocupar.
Boneca era o xodó da família.
Foi por volta de duas da tarde, que a família Picolli se deu conta de que Boneca não estava aonde deveria, ou seja, em casa.
Gabriela, simplesmente, começou a berrar quando o Seu Alberto tocou a campainha e relatou o ocorrido. E não parou por aí!
Nada do que se fizesse era capaz de acalmar a menina. Imediatamente, toda a vizinhança estava mobilizada em ajudar a reencontrar a bichana serelepe!
Foi então, que uma ideia iluminou o rosto da mãe aflita, que culminou na seguinte decisão:
“- espalhem cartazes pela cidade, divulguem no Facebook e no Twitter, que Boneca fugiu. E que aquele(a) que trouxer a nossa bissota de volta, receberá uma recompensa de R$ 8 Mil reais”!
Seu Alberto ficou exultante e, depois de soltar uma sonora gargalhada, afirmou:
“ – deixa comigo, dona Flávia, reencontrar essa gata virou uma missão pra mim”!
O zunzunzum se espalhou rapidamente.
Todos queriam ajudar nessa empreitada.
Eu nem preciso perguntar o motivo real para tamanho empenho nesse resgate, né?
Surgiram muitas especulações a respeito do que realmente poderia ter acontecido à gata, agora, fora de casa, sem as regalias felinas de que estava acostumada.
Beatriz, amiga da família, foi uma das primeiras a dar o seu pitaco:
“- ela deve ter fugido com algum gato vira lata, desses que pulam nos telhados, que são rueiros e buscam a sobrevivência por si só”!
A vizinha Mônica deixou escapar:
“ – bem fez essa gatinha, se livrou daquela vida monótona em cativeiro e foi se aventurar atrás dum bom ordinário. Gata que é esperta, gosta mesmo é duma boa cachorrada”!
O pipoqueiro ali da frente da Drogaria Pacheco, sabe? Eu nem tive tempo de perguntar o nome dele.
Quando ele escutou o valor da recompensa a ser paga pra quem encontrar Boneca, abandonou o carrinho, saiu apressado, com doze cartazes debaixo do braço.
Bem na esquina do Hiper Mercado Extra, revelou pro Guarda Municipal:
“- eu passo o ano inteiro aqui vendendo pipoca e não consigo juntar dinheiro! Se eu ganhar esses R$ 8 Mil; serei um homem rico, um homem rico, seu Guarda"!
E foi embora em direção ao Parque Mataruna!
Sendo bem sincero, não acredito que essa gata realmente vá voltar pra casa.
Eu até que fiquei de olho nessa gorjeta felpuda! Afinal de contas, são R$ 8 Mil, mas quer saber?
Gato siamês tem essencialmente a mesma cara. E com isso, o que vai aparecer de gente com uma sósia debaixo do braço, jurando se tratar da legítima fugitiva.
Ih, não vai estar no gibi!
De qualquer modo, a sorte está lançada!
sábado, 17 de novembro de 2012
Araruama 35º
E estamos com a nítida sensação de que o verão chegou mais cedo!
Que calor é esse?
Nada melhor do quê caipirinha, peixe frito e aquele visual paradisíaco do mar de Praia Seca como pano de fundo, né mesmo?
No último sábado, levei o Caio e a Valentina, dois amigos meus, que são estudantes de cinema, para curtirem à tarde nesse clima.
Eles estão na região para realizarem um intercâmbio cultural, o que certamente, resultará no projeto de Curta Metragem patrocinado pela Petrobrás e pelo Itaú Cultural.
Anteontem, duas e pouca da tarde, numa rua movimentada do Parque Hotel, Caio e Valentina aterrissaram com toda a parafernália para que pudessem realizar as tais filmagens.
Valentina interpretou uma repórter do (clima tempo) e o objetivo da entrevista era justamente, ouvir as pessoas se queixando do calor.
Dependendo do contexto, o Caio dava um banho de mangueira no entrevistado.
Eu fiquei morrendo de medo, porque afinal de contas, ninguém tinha a menor ideia de como seria a reação das pessoas.
E eu estava certo!
Teve muita gente que reagiu super mal ao ser surpreendida com o intenso volume de água despejando sobre a cabeça; assim, do nada!
A mocinha que trabalha no banco, coitada, teve que voltar correndo pra casa, se trocar, secar o cabelo e rezar a Deus, pro gerente se esquecer da reunião.
Mas ela teve bom humor!
Saiu rindo e ainda deu três beijinhos no Caio.
O entregador de gás, que pilotava uma moto de baixa cilindrada, até tentou escapar do banho de mangueira a céu aberto, mas acabou mesmo tendo que passar o resto da tarde com o uniforme encharcado.
Teve uma senhora, que estava atrasada pro dentista; que logo depois de levar o banho de mangueira DELA, ficou tão furiosa, mas tão furiosa, que gritou pelo menos uns 30 palavrões durante a discussão.
Eu fiquei do outro lado da rua, acompanhando tudo, devo confessar: APAVORADO!
A cada pessoa que o Caio dava um banho de mangueira, eu ficava pensando se aquilo poderia ter uma reação mais agressiva ou não.
Teve uma hora que não teve jeito: o caldo não só engrossou; como, de fato, acabou entornando de vez.
Uma mulher que voltava do cabeleireiro, havia retocado luzes, feito hidratação, escova, chapinha, tudo que teve direito. Com essa mulher, a confusão foi inevitável.
Ela vinha caminhando pela calçada, mexendo no cabelo, feliz da vida, porque segundo eu fiquei sabendo, ela iria a uma formatura, enfim, a Valentina veio com a mesma conversa fiada de outrora:
"- Oi, meu nome é Valentina Gusmão, eu sou produtora de cinema e estou realizando uma pesquisa sobre a mudança climática. Por exemplo, eu vejo que você passou horas sob o calor do secador. A sensação termina deve ter lhe causado um desconforto e tanto, não foi"?
A moça sorriu e respondeu:
" - nem me fale, eu dava tudo pra tomar um bom banho de mangueira!
Dito isso: “- chuááááááááááááá´”!
O Caio nem sequer titubeou. Lançou um jato d’água tão forte sobre a mulher, que o cabelo dela ficou lambido e (por que não?), destruído, na mesma hora!
A mulher gritou tanto, mas tanto, que eu achei que ela fosse surtar no meio da rua! Xingou uns palavrões, acertou a bolsa duas vezes na cara da Valentina e ameaçou quebrar o equipamento do Caio, pelo menos, umas cinco outras vezes.
E quando ela disse: "- vamos resolver isso na delegacia, meus queridos"!
Eu pensei: " - pronto, deu merda"!
A equipe levou uns quarenta minutos para convencer a mulher a não dar queixa na D.P.
Argumentaram que aquilo não passava de uma brincadeira, que era um filme prum projeto de Curta Metragem, e tudo mais, enfim, depois de muita choradeira e acordos, a mulher foi embora com R$ 300, (ressarcimento justo) para que ela pudesse, então, se arrumar novamente.
Teve uma senhora, de idade, que ficou tão indignada com a “brincadeira”, que ameaçou pedir ajuda ao sobrinho dela.
Detalhe: o cara mora na Favela do Lixo, em Cabo Frio.
Ficamos receosos com essa informação.
Toda hora eu tentava alertar os meus amigos de que aquilo já estava indo longe demais. Que seria sensato dar um stop nas filmagens e irmos tomar um choppinho nos quiosques da orla.
Nada disso adiantava. A cada vez que uma pessoa tomava um banho de mangueira, eu rolava de rir!
Devo admitir: eu ri tanto, mas tanto, que teve uma hora que eu caí na calçada e fiquei rolando de rir, dum lado pro outro, com a mão na barriga e tudo.
Péssimo exemplo, eu sei!
Mas a espontaneidade das pessoas envolvidas era o motivo de toda graça!
O sol começava a se pôr, quando partimos pra casa.
Caio e Valentina estavam tão animados com o seu “curta metragem” que logo trataram de agendar outras filmagens, desse tipo, pela cidade.
Os bairros onde as sequências (entrevista + banho) acontecerão são:
XV de Novembro, Vila Capri, Parque Mataruna e Outeiro!
Tenho a sensação de que isso ainda pode acabar em confusão (das maiores)!
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