segunda-feira, 26 de outubro de 2009

analisando os fragmentos de uma paixão...

Hoje, o que inspirou retornar ao meu blog, rascunhar essas linhas, foi justamente a vida de um personagem real. Pasmem! Um amigo meu que atualmente se encontra enamorado e risonho. Estava passeando pelo orkut e, de repente, me deparei com o perfil dele! Lá, uma moça linda protagoniza a cena romântica.

O enquadramento do casal nas fotografias ficou tão bom que imaginei um filme. No recheio do enredo, beijos, declarações, uma paixao febril onde a pele da dupla parece incendiar a mais de 40 graus. Muitas declarações dizem: "o maior e melhor amor do mundo". "um amor eterno". "uma paixão infinita". Um conto de fadas pra nenhum Principe e Cinderela botar defeito.

Quando começamos um namoro, automaticamente, nos tornamos príncipes. A vida ganha outro colorido. Os beijos e abraços são dilacerantes. Entramos numa existência superiormente interessante. Os dias de ausência e as noites de frio se tornam infinitos. Os minutos quando juntos, voam. Longe, se arrastam!

O coração dos apaixonados é como o fundo do Oceano Atlântico - profundo e cheio de mistérios. Essa magia que envolve e transforma qualquer jantarzinho num banquete, uma flor em botão - um jardim de gerâneos e girassóis. Me lembrei de todas as minhas paixões. Quando assim - nos jogamos, saltamos da pedra da Gávea sem se preocupar em que lugar pararemos. O amor? O amor é lindo! As paixões são iluminadamente cegas! E a vida não teria nenhuma graça sem as paixões. Paixões inspiram poetas, compositores, novelistas...

Os romances são líderes na preferência da moçada! Quem nunca ficou suspirando pelos cantos torcendo pelos mocinhos? Que ser humano não acreditou no clichê "feliz para sempre"? A paixão é o maior e melhor combustível pra acelerar os acontecimentos de uma vida interessante. Vinícius foi cauteloso quando citou no soneto: "que seja eterno, enquanto dure". Por quê?

Porque as paixões não têm que durar a vida toda para que sejam consideradas como as que "deram certo". Por isso a minha total atenção pras citações calorosas e inflamadas: "nosso amor é eterno", "seremos felizes pra sempre".

Agora penso: se as relações humanas não têm manual de instruções e nem tampouco prazo de validade, como dizer "eternamente apaixonados"? Não estou de modo algum, saliento, sendo do contra, hein amigo! Muito pelo contrário, achei a formação perfeita! No que depender dos meus votos e torcidas - o feliz para sempre se concretiza...

A questão é: até que ponto as nossas expectativas são palpáveis?

Hoje em dia, reluto em cair em tentação na hora de mergulhar numa paixão dessas. As arrebatadoras! Porque essas exigem demais de nossas forças. A gente se perde, enlouquece mesmo. E quando algo não prossegue - meu Deus - o surto chega ser penoso! Por isso que, muitos casais quando desfeitos, em vários casos, passam a se detestar, aquele amor eterno passa a ser o maior erro da vida. Todo entusiamo se reverte. Porque os contos de fadas tão fascinantes, tão efusivos, bem, esses são possíveis apenas em livros, filmes e novelas.

Pessimista? Jamais! Sou otimista até debaixo d'água! No entanto, hoje, aos quase 30, reflito e encaro com muita cautela os comandos que o coração engendra como vitais. Todos nós devemos estar bem sintonizados, porque a nossa felicidade pra sempre, essa, dependerá bem mais de nós mesmos do que de nossos amáveis. Amar o outro é quando a gente percebe que se ama tanto, que sobra fôlego pra arrebatar outra pessoa.

E somos felizes pelo tempo que somos! Não podemos cometer o pecado de estabelecer prazos, datas e nem documentos. Porque eterno mesmo só o paraíso! E olhe lá!

Então - salve Vinícius de Moraes - e sejamos todos nós felizes, enquanto duramos! E quando os nossos principes e princesas resolverem pegar a estrada sem a nossa companhia, não significa que estamos fadados a infelicidade, pelo contrário...estaremos buscando outros castelos e monarcas.

blogueando!!!!

O meu blog, tadinho, estava, de novo, no rol dos esquecidos. Sempre me falta tempo e tesão pra ficar confabulando aqui. Eu ainda não domino com presteza esse portal que o hospeda, embora eu tenha amigos e conhecidos que conseguem colocar fotografias, letrinhas coloridas e afins...mas eu, por pura apatia, acabo atentando pouco pra esse detalhe. Lembro que logo assim que os blog's viraram febre, eu fiquei muito encantado.

Quando eu era criança, costumava escrever nas agendas. Tudo o que vinha a cabeça, relatava a minha rotina, minhas contas a pagar, os meus sonhos, meus medos, duvidas, irrealizações, tudo eu rascunhava por lá. E fazia isso a mão mesmo. Eu nem sonhava em ter computador naquele época, pasmem! Ah, tem mais, eu gostava da idéia de escrever em diários. Cheguei a começar um - assim, bem secretamente. Mas como fazê-lo? E se alguém o encontrasse? E se lessem? Nossa, iam descobrir todos os meus segredos!!! Ora essa, todos os meus segredos...engraçado é que, falando desse jeito, até parece que eu tinha segredos inconfessáveis, que cometia atrocidades que jamais pudessem ser dividas ou clareadas por outros olhares. Pura bobagem! Eu rascunhava as minhas idéias infantis, minhas contestações e dúvidas, medos e sonhos, meus desejos prematuros. Pouco tempo depois da tentativa: abortei o tal diário.

Hoje em dia, escrevo muita coisa! Não sei se são coisas boas ou ruins, mas escrevo. Breve, meu trabalho começará a ser dividido com um público. Não tenho ideia de como será esse público. Mas todas as vezes que a gente expõe o que escreve, que edita um livro, um roteiro e coisa e tal...fatalmente, algum grupo acaba se identificando.

Um escritor não é um formador de opinião, nem um ditador, nem um exibicionista. Os escritores são na verdade: testemunha dos seus tempos. Por isso, aquela máxima que: tudo que se escreve, vira registro (lei). Não pretendo ser uma unanimidade e nem tampouco uma febre nacional, mundial. Eu escrevo porque gosto. Atualmente, tenho convicção de que: bastante gente gosta quando eu escrevo, das coisas que eu escrevo, tomam pra si. Mas acredito de há de ter gente que deteste também. Isso pouco importa.

O lance é o prazer do ofício, a leveza, o ato, o manuseio da palavra em si. Escrevo pra me libertar, pra defender o meu ganha pão. Ainda que eu não viva de literatura, mesmo que eu não consiga ficar rico vendendo livros, crônicas, palavras...não importa. A palavra é a senha de entrada pra todas as coisas que eu me propuser. Escrevendo eu mato os meus demonios. Exorcizo! Interajo com quem quiser e gostar...!

Escrevo poucas vezes no meu blog, sabe? Cheguei a levar seis meses sem rascunhar uma linhazinha sequer. Retornei por aqui mes passado, postei meia dúzia de coisas corriqueiras e já se foi um mês. A vida segue corrida! São tantas coisas pra fazer, ler, escrever. Claro, gosto demais do prazer da leitura. Ler me transporta, arrebata, encoraja, ruboriza.

Quando eu pego um livro, faço uma viagem. Imaginem isso, poder conhecer milhões de pessoas e lugares e passar uma temporada do dia interagindo com as suas emoções. Mas os livros em sua grande maioria não são obras de ficção? Alguns dirão. E eu responderei: E daí? Toda realidade é resultante de algo imaginario. Ainda que não vivamos a fantasia diariamente, nossas ações dependem e muito - daquilo que arquitetamos mentalmente.

E pra criar uma obra de ficção, boa, amarradinha, com suspense e coerência...obviamente, alguém, do mundo da "realidade" o faz. Tudo se confunde, tudo se encaixa, ajeita...escrever é também perigoso, claro. Quando a gente cria um personagem e passa certo tempo narrando a sua trajetória, brincamos de ser Deus. Profanação? Não!

Toda ação depende do que você inclinar. Logo, tudo depende desse criador...


Sobre os blog's, retorno - hoje em dia todo mundo usa - ou quase todo mundo. Muita gente famosa, inclusive, faz questão de usar o veículo pra contar suas amenidades, vivências, agenda, opiniões todas...Uns falam de coisas, outros da vida alheia! Ou, antes que me esqueça - tentam impor os seus feitos e pensamentos como manual de instruções.

O meu antigo blog tinha uma imagem premeditadamente feita, servindo de cenário pro meu mundo. Minha Shangrilá! Com direito a castelos, carneiros comendo grama verde, carruagem e tudo. Um dia o Terra [portal que hospedava] avisou por comunicado oficial, que não mais cederia espaços pra esse tipo de coisa.

Logo, tive que salvar tudo no HD e ponto...