segunda-feira, 6 de julho de 2009

Mais seis meses se passaram depois daquele dia....

Engraçado como são as coisas, engraçada como é essa vida, não? Eu vivo dizendo que preciso vir mais aqui ao blog, que tenho vontade de escrever nele todos os dias, como fazem muitas pessoas em seus paineis...mas viver tem sido tão mais urgente que isso, tão mais intenso, tão mais feroz, tão mais engraçado e tão mais melancólico...que me entedia só de pensar no que escrever aqui. Egoísmo? Que nada! Falta de tesão pelo "ofício"? Não, escrever continua sendo o meu melhor vício, minha maior motivação, é por este, inclusive, que rasgo os caminhos na árdua luta pelo ganha pão. "Ganha pão"! É uma gíria tão antiga, tão batida, tão clichê, que nem combinaria com a minha real idade: 26 anos! Mas quem foi que disse que a minha idade física tem que corresponder religiosamente ao meu tempo de essência? Eu, hein!

Tenho três seguidores cadastrados que visitaram o painel dezesseis vezes. Obrigadíssimo por conseguirem aturar os poucos remendos da minha vida que ousei tecer por aqui. Vocês são meus heróis! Meus amigos! E agradeço também aos que nem conheço, mas que pelo simples fato de terem sentido curiosidade e interesse no que escrevi - merecem mais que meu respeito e gratidão, mas meu total empenho na hora de catalogar alguma vivência, de pinçar alguma passagem do cotidiano para expor aqui, para dividir com vocês.

Venho me empenhando para fazer o melhor. Escrever melhor é grande tarefa nessa busca. Mas não por vaidade, não pelo simples fato de que por razão acerca, as pessoas pensem e /ou digam: "-nossa, como ele escreve bem"! "-como ele transcreve tão poeticamente os seus dias"!

Gosto quando as pessoas dizem que leram, que gostaram, gosto quando dizem que respeitam, mas que nada do que eu disse ou desdisse corresponde as suas razões, enfim, gosto de muito bom grado de despertar sensações nos outros. O fascínio de escrever segue por aí, por esse caminho, passando por alguns atalhos, levando alguns outros remendos praquela virgulazinha que fugiu, praquele pontinho que não veio em boa hora. Li de algum famoso que a sua pontuação favorita são as reticências [...], a minha também! Porque acho a vida uma epopéia reticente. Até quando morremos, damos margens ao continuismo! ao gancho [teatral verbete].

E seis meses se passaram desde a última postagem. Seria uma crônica por semestre? Hum, tá parecendo, né? Mas juro que não foi intencional. A preguiça de vir ao blog escrever não corresponde em nada aos meus dias tão corridos, de pensamentos tão velozes, de decisões tão milimetricamente precisas.

Uso outros programas tais como MSN, orkut, uso o velho e bom e-mail, mais como ferramenta de trabalho, mas é o mais regular. Do orkut, gosto um pouco mais. O MSN está mais restrito e tem aquela ferramenta que permite que só conversemos com quem estamos a fim. No meu caso, uso mais o recurso off por pura falta de jeito com muitas janelas piscando ao mesmo tempo enquanto o sonoro "tananran, tanaran" ecoa. Não consigo conversar, simultamente, com mais de tres pessoas. Nem de longe sou antipático pra isso, nem desmereço quem busca e / ou se interessa pelo meu papo. Eu simplesmente sou atrapalhado demais! [risos]. Imaginem a situação: estou conversando com a Verônica, mas a janelinha da Paula abre e eu escrevo naquele frenesi de acompanhar o pensamento e mando o assunto de uma - para a janela da outra! Estão rindo? Pois é, já aconteceu isso várias vezes! Daí - só zapeio com o ícone sinalizando disponibilidade total quando não necessito ter com os também "on's" algo que exija tanta concentração cronológica de idéias...

O assunto dessa vez está monótono, parece que os meus seis meses até aqui não renderam nenhuma confissão mais acalorada. Logo eu que detesto gente de vida morna! Pois é! Ledo engano! Só os meus amigos próximos, alguns desavisados curiosos, minha família e claro, minha psicanalista, sabem, de fato, o que são os meus dias. Putz, a coisa ferveu em todos os aspectos, "o caldo entornou"! ...( gritou uma dona de casa que passou ali na rua mais cedo)!

Mas tudo segue no lugar! Fiquei seis meses mais velho, trabalhei bastante e continuo trabalhando - amanha mesmo, to no batente, a vida não para e as contas, essas, não esperam. Não é só o "ganha pão" que está em jogo, mas sim, o "ganha vinho", o "ganha viagens", o "ganha roupas novas e mais despojadas de acordo com as estações", enfim, o "ganha tudo". [...]

Nesse meio tempo ganhei muitas coisas, algumas perdi, outras ficaram em modo de espera. Algumas pessoas vieram pro meu convívio, outras se foram depois de um tempo juntos, assim como as melhores - permanecem até aqui ... mas graças a Deus, entre mortos e feridos, ninguém morreu, literalmente, amém e ... se teve alguém ferido: já foram colocados unguentos nos talhos e passam-se muito bem. Cicatrizes? Não muitas! Mas contemporizo chamando essas ou aquelas de "tatuagens da vida". Não é sensacional? A gente sempre inventa um nominho bonitinho pra definir certas coisas corriqueiras, repararam? No trabalho, então, chega a ser debochado quando ouvimos, por exemplo, alguem chamando dinheiro por / de - proventos.

Minha definição atual pra agora - amanha pode mudar completamente - transita pelo fascinante universo decorrido no livro da Martha Medeiros - que virou filme - excelente filme, diga-se de passagem, na adaptação do José Alvarenga Jr.

em suma:

"Nascemos e morremos! E no espaço entre uma coisa e outra, estudamos, trabalhamos, casamos, temos filhos, praticamos exercícios, adoecemos... ninguém escapa desse script.... Quando eu escrevo as minhas coisas, eu não penso em ser uma celebridade. Minha escrita é pra dar contorno ao que em mim fica solto...e não se enquadra..."!

Esse sou eu: me chamo Will!

E finalizando: por mais que a gente lamente não ter segurado algumas barras, ou que não tenhamos habilidade para manter todas as coisas ali, certinhas, nos lugares, como uma fotografia de propaganda de margarina, sorte nossa e azar de quem ou seja lá o quê - [escapou]

E daí que a gente não pode ter tudo na vida? Desde que façamos jus as conquistas, que saibamos aprender com os erros, respeitar aos que nos rodeiam, de todo, seguimos ... Cada um que saiba conviver com os proprios desalinhos, com as suas proprias irrealizações, afinal, a vida por si só é transitória - muitos não conseguiram um grande amor [ainda!], outros não conseguiram sucesso na profissão, nos projetos sonhados, muitos não tem dinheiro, outros não tem mais mãe - por aí vai!

Por hora atino o seguinte: agradeço a Deus por tudo e todos que tenho. E enquanto o mundo pensa em restrições cada dia mais caras e individualistas, eu almejo uma liberdade benfazeja, onde cada personagem e situação histórica - que pela minha epopéia passou - sim, avancemos juntos por mais esses presentes, preciosos e quiça, longos capítulos...porque a luz que pra muitos se apaga no fim, pra mim, ganha apenas outros focos - ainda mais cintilantes!!!!